Definição e importância do sindicalismo classista, por Saturnino Paredes
Trecho retirado da obra “Los sindicatos clasistas y sus princípios”, publicada em 1972 pelas edições Bandera Roja, em Lima, Peru.
Com muita frequência escutamos falar de sindicalismo classista e de “sindicalismo revolucionário”, como se fossem conceitos idênticos, geralmente sem compreender seu verdadeiro significado com o propósito de confundir a classe operária, o campesinato e o povo trabalhador.
Até os revisionistas criollos que se autointitulam “comunistas”, que traíram o marxismo-leninismo e que praticam conciliação de classe, falam aos quatro cantos de “sindicalismo classista” e de “sindicalismo revolucionário”. Utilizam ambos os termos para confundir os trabalhadores e para castrar o verdadeiro conteúdo dos sindicatos de classe, fazendo com que os operários e camponeses adotem o “sindicalismo” como uma tendência que os afasta de sua participação na política proletária e da militância partidária, posto que está muito difundida a ideia, entre grandes setores de massas exploradas, no sentido de que “não devemos nos meter com política” e de que são suficientes os “sindicatos classistas” para defender seus interesses.
Se é certo que nem Marx, nem Engels, nem Lenin, nem Stalin, nem Mao Zedong e nem Mariátegui nos deixaram tratados sobre os sindicatos classistas, também é verdade que eles colocaram as bases dos princípios que os regem, no curso da imparável luta que travaram contra os exploradores e seus aparatos de repressão, assim como contra a ideologia do inimigo de classe. Cabe a nós, marxistas-leninistas, estudar, assimilar e aplicar os princípios dos sindicatos classistas, que podemos encontrar, de forma explícita ou tática, nos diferentes trabalhos ideológicos e políticos dos clássicos do marxismo-leninismo, incluídos os do camarada Mao Zedong. Hoje, mais que nunca, nos cabe a grande tarefa de resgatar o caminho de Marx, Engels, Lenin, Stalin, Mao e Mariátegui, em todos os aspectos, incluindo o aspecto da difusão e aplicação dos princípios dos sindicatos de classe, longe do palavreado pseudo-revolucionário daqueles que falam de “sindicalismo revolucionário”, tipificado por Lenin como “revisionismo de esquerda”, porque esta tendência pretende substituir o Partido Comunista, o partido do proletariado, pelos sindicatos, com a errônea tese de que pode alcançar-se a transformação social sem fazer uso da política e abrindo mão do partido político da classe trabalhadora, utilizando somente o recurso da grande greve geral.
A ofensiva reacionária, encabeçada pelo imperialismo yanqui, direciona seus mísseis também contra o movimento operário, contra a organização classista dos trabalhadores, difundindo a ideia direitista do chamado “sindicalismo livre” que nada mais é além da conciliação de classes e escravização mental da classe operária, para perpetuar sua dominação sobre ela, sujeita-a a terrível exploração e opressão do imperialismo e de seus lacaios. Nesta tentativa, tanto o Estado como os patrões e os agentes do imperialismo norte-americano se esforçam para difundir o “sindicalismo livre”, de essência anticomunista e anti-operária, através de escolas sindicais, cursos, conferências, seminários e profusa difusão de rádio e em jornais de suas concepções que não são nada além das concepções da burguesia para paralisar os trabalhadores. É por esta razão que a classe operária, os camponeses e os trabalhadores em geral devem ter bem claras as ideias e diretrizes sobre os sindicatos classistas e seus princípios. Neste artigo somente nos ocuparemos de delimitar o conceito dos sindicatos classistas e assinalar seus princípios, deixando para outro momento a exposição de aspectos mais profundos.