Ao povo de Curitiba que luta por Edson Luís (1964)
Extraído do Arquivo Público do Estado do Paraná, disponível em BR PRAPPR.PB004.PT1306.152, p. 31.
No aniversário da “Revolução” de 31 de março, os estudantes vêm denunciar ao povo o que já receberam dos autores do movimento.
Primeiro: cortaram-se as verbas para educação (1965, 11% de orçamento nacional; 66, 9,7%; 67, 8,7%; 68, 7,7%).
Segundo: tenta-se implantar o ensino pago, cobrando anuidades nos cursos secundários e na universidade.
Terceiro: quer-se transformar a universidade em fundação privada, colocando-a diretamente sob o controle das grandes empresas particulares.
Entretanto, se nos manifestamos contra essas medidas, não é apenas porque elas nos atingem diretamente. O que nos move é a consciência de que elas exprimem a dominação de uma minoria sobre a grande parte do nosso povo que não participa do poder.
Mesmo antes de 1964, todos lutavam sem saber bem porque. Com o golpe, a maioria do povo brasileiro foi ainda mais utilizada pelos donos da propaganda, com as mentiras da minoria dominante. A repressão sempre foi seu instrumento. Tudo é imposto por essa pequena parcela da população que é a classe que mantém o poder.
É contra as ideias e objetivos desta classe, que lutamos.
E foi nessa luta que morreu o colega Edson, na Guanabara.