Alguns dos principais problemas do Partido, Victorio Codovilla

somos de acá
4 min readDec 3, 2021

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Camaradas:

Para a realização de nosso programa nos baseamos na linha política e tática de nosso partido, que estabelece que tudo deve realizar-se através da ação das massas. É preciso, portanto, lutar com mais força que nunca para desenvolver os movimentos de massas existentes, e especialmente nos Movimentos de Partidários da Paz e de Solidariedade com Cuba.

Para isto, como já se disse no Comitê Ampliado de julho do ano passado, é preciso dedicar atenção especial à educação dos quadros que já atuam neles ou que estão surgindo.

Isso é tanto mais necessário devido à situação política do país, é preciso levar em consideração a recomendação feita pelo Comitê Central ampliado em janeiro do ano passado, de estarmos atentos ao desenvolvimento da situação política e econômica, pois podem produzir mudanças bruscas, que não nos devem deixar surpresos, com a finalidade de poder substituir rapidamente uma forma de luta por outra: a pacífica pela não pacífica.

Também isso é tanto mais necessário porque, sempre que sejam bem dirigidas, as lutas por reivindicações econômicas, sociais e políticas vitais da classe operária e do povo devem desembocar na luta geral por mudanças profundas na estrutura econômica e na superestrutura política do país, que desemboquem na conquista do poder.

Agora, bem, é sabido que a condição para que as lutas operárias, camponesas, populares, sejam bem dirigidas depende, definitivamente, do papel que nosso partido desempenhe nelas. E para que nosso partido desempenhe cada vez mais seu papel orientador, organizador e dirigente destas lutas, é necessário que se consolide constantemente, orgânica, política e ideologicamente. Para isto é preciso que os filiados se apropriem a fundo da linha política e tática, e dos métodos de organização partidárias, e sobretudo, que saibam aplicá-los independentemente, sem esperar diretivas de cima.

Claro que quanto mais forte, numericamente, seja o partido, tanto mais poderá cumprir suas tarefas. Isto nos leva a pautar, uma vez mais, o problema do crescimento de nosso partido.

Agora, bem, é um fato auspicioso que apesar da encarniçada repressão que sofre nosso partido, o recrutamento de filiados não se interrompeu. Por alguns momentos, o fluxo é menor ou maior, mas não foi interrompido. Isso tem um grande significado, posto que também é um índice do crescimento da combatividade e consciência política da classe operária e do povo, cujos melhores homens e mulheres, por uma via ou por outra, buscam a organização do partido e se filiam a ele.

Mas esta comprovação não pode nem deve nos satisfazer. Devemos considerar o recrutamento como insuficiente. É insuficiente porque ele não se realiza de modo sistemático, mas sim esporádico, em campanhas. O recrutamento de novos filiados deve estar ligado a cada uma e a todas as tarefas do partido, deve ser uma tarefa permanente, uma preocupação constante de cada filiado.

Devemos recrutar muito mais nas fábricas e concentrações proletárias, sobretudo nas maiores, e devemos dedicar mais atenção ao recrutamento entre os operários agrícolas e os camponeses pobres e médios, onde, mesmo que o partido tenha dado passos importantes, é ainda uma de suas deficiências principais.

Ao recrutar devemos nos preocupar em recrutar pessoas jovens. Por quê? Porque é preciso renovar o partido e seus órgãos dirigentes. É preciso promover audaciosamente os novos quadros a postos de direção, de baixo para cima, nas células, nos comitês de bairro, regionais, provinciais e no Comitê Central. Sobretudo há que promover a postos de responsabilidade a quadros jovens. Notadamente, não há que promovê-los somente por serem jovens, mas sim por sua combatividade, por sua ligação com as massas, por sua compreensão da linha política e tática do partido e por sua vontade de estudar e assimilar o marxismo-leninismo.

É claro que quando se fala da necessidade de promover quadros jovens não se trata de contrapô-los aos idosos. Em nosso partido não há nem haverá nunca luta de gerações. Todos estamos unificados em uma ideologia comum, o marxismo-leninismo em uma política comum e em princípios organizativos comuns. Se trata, somente, de enriquecer, de renovar o plantel de quadros do partido, fundindo a experiência dos mais antigos com o empuxo natural dos jovens.

Por que insistimos tanto na questão da juventude? Porque o programa que vamos aprovar neste Congresso é o programa cujos pontos satisfaçam as inquietudes atuais da juventude e lhe abrem perspectivas luminosas para seu porvir. E, por isso, jovens e idosos que tenham o mesmo espírito combativo, podem e devem estar ombro a ombro para conseguir a realização do programa.

Agora, bem, por que levantamos incisivamente esta questão do recrutamento de filiados jovens e da renovação de quadros dirigentes do partido, que sempre pautamos?

Porque, como se disse no Comitê Central ampliado em julho de 1962, temos entrado em um período de grandes lutas operárias e populares, e estas não podem triunfar e fazer triunfar a revolução se o partido não se liga estreitamente à nova geração e atrai o partido e as organizações de massas em direção às novas camadas de jovens operários, camponeses, intelectuais e profissionais, homens e mulheres; enfim, a tudo o que irrompe com força na cena política e social, exigindo a satisfação de suas aspirações com vistas à conquista de um mundo melhor.

Qual, então, é a tarefa da Juventude Comunista? O que deve fazer o Partido é alimentar-se diariamente dos filiados e quadros da Juventude Comunista.

Este é precisamente o erro que alguns companheiros dirigentes de diversos organismos do partido comentem e, por causa disso, não ajudam o bastante a Juventude Comunista em seu trabalho específico de recrutamento e na educação de seus quadros.

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